quinta-feira, 23 de julho de 2009

O ARTISTA QUE PRESENTEAVA.


Ele fazia umas obras bastante elaboradas. Não economizava em tempo, trabalho e garimpagem de elementos cénicos. Só produzia quando tinha a certeza do destino de cada peça. Trabalha inspirado pela pessoa da família que receberia a obra e só presenteava pessoas da família.


Um dia após o almoço, alguns familiares começaram a conversar depois de haverem bebido um tanto a mais, e eis que na conversa surgiu a ideia de ele presentear alguns familiares que haviam desaparecido a bastante tempo, tipo aqueles parentes que vão se afastando por conta de pequenos maus-entendidos, fofoquinhas e invejas incontidas.


Ele saiu então em busca de identifica-los e localiza-los. Nisso tias velhas e avós deram uma valorosa colaboração. Mas foi com um álbum de fotos da família muito bem conservado que ele achou o caminho para sua inspiração. Ele encontrava o familiar pela foto e nela se inspirava para

desenvolver a obra, depois ia em busca do parente para entregar o presente.


Para um primo solteirão ele elaborou uma peça que era um pneu de caminhão pintado de azul claro, no centro do pneu fixado com tirantes de fio de latão um gato morto envolto em resina.


Foi preciso uma caminhonete para levar a peça ao kitnete do primo que não tendo como receber o presente correu para dentro do prédio e chamou a policia.


Para uma tia afastada que vivia na cama a anos por conta de um AVC ele elaborou uma espécie de armário vertical feito por caixotes que giravam sobre um eixo central e que tinham portinholas dos dois lados que quando abertas mostravam bonecas simulando sexo explicito entre mulheres. A tia que também tinha cataratas não entendeu o significado da obra, mas agradeceu antes que ele fosse colocado para fora a golpes de bengala do tio ainda relativamente inteiro.


Obstinado viajou até a Patagónia onde achou um pinguim morto na praia. Empalhou o bicho e dentro dele colocou uma caixinha de musica que tocava sem parar. Deu de presente para uma prima de sua avó que morava sozinha em Piracicaba.




sexta-feira, 3 de julho de 2009

RÉU.

Começa o julgamento.
O meirinho avisa: - Todos de pé!
Entra o juiz e nota que o réu esta sentado.
- O Sr. Não ouviu que era para ficar de pé?
- Ouvi, e dai?
- Que falta de respeito é essa? Cale-se!
- Calo porra nenhuma, este é o meu julgamento, trataremos sobre o meu destino, falo a hora que eu quiser.
- Vou expulsa-lo do tribunal.
O réu vira-se para o público aponta o dedo na direção do Juiz e fala:
- Vou mandar esse cara tomar no ...
- Guardas retirem o réu...
Ele começa a dar porrada nos guardas, no auxiliar do promotor, nos estagiários da primeira fila, no seu próprio advogado de defesa, em sua namorada, em todos os membros do júri, bate prá cacete no meirinho e das umas porradas prá valer no Juiz. Sentindo que ainda tem algum ódio no coração volta aos guardas e faz os três desmaiarem com pontapés na cabeça.
Senta-se novamente em sua cadeira e aguarda por 15 minutos, serenamente ao som de choros e gemidos.
Findo os 15 minutos vai até o Juiz e ajuda-o a recobrar os sentidos.
- Excelência, o Sr. poderia anunciar agora minha sentença? Já estou ficando meio entediado.

GRUDE DO CARALHO.

Não aguentando mais a mulher mandona que tinha fez a mala perto das 5 da manhã.
Fez café, e desejou ser fumante para fumar um último cigarro. Preferia não fumar Camel.
Sua mulher desesperada colou a mala ao chão, firmemente.
Ele lamentou a perda da mala.
Tranferiu tudo para duas sacolas de supermnercado.
Algum tempo depois a prefeitura precisou alargar a rua.
Nem os operários conseguiram remover a mala.
Ela era grudenta mesmo.

JOHNNY

Hidelbrando adotou o apelido de Johnny.
Comprou um Cadillac sem motor.
Tatuou o carro com o desenho que viu no ombro do cara que lhe roubou sua garota.
Fez um ano de academia para criar massa muscular.
Johnny saia todos os dias empurrando seu carro pelas ruas onde sua ex-garota poderia passar.
Fez isso todos os dias por 6 meses seguidos.
Tomou muita chuva e teve insolação.
Ganhou muita massa muscular.
Um dia descobriu que já fazia mais de ano que sua ex-garota tinha fugido prá outro estado, com a namorada de sua prima.

AS LÁGRIMAS DO PEIXE

Oxford University, 1972, uma vaia estrondosa balança o prédio.
82 anos antes.
Um biólogo estuda caracteristicas variadas de quase todas as espécies de peixes.
Desfruta de verbas da universidade e por 38 anos de estudos acumula dois gabinetes de anotações, que ocupam jornadas integrais de dois assistentes dedicados.
Morto por um ataque do coração, seu filho também biólogo, depois de dois anos de interrupção retoma os estudos do pai baseado em suas anotações e rigorosas recomendações herdadas do velho professor.
Mais 41 anos de estudos exaustivos, mais 2 gabinetes de anotações e 5 assistentes dedicados e ele finalmente se debruça sobre todas as anotações para a redação do resultado final.
Um ano de trabalho para fazer a redação.
Chega a frente da bancada, 15 minutos de aplausos após serem anunciados seu nome e de seu pai.
Ele entrega o relatório ao presidente da bancada.
Uma página.
3 palavras.
O homem lê incrédulo.
Sente-se mal, devolve a folha e pede que o autor a leia para todos. Retira-se da sala no entanto.
O professor lê: Peixes não choram.