sexta-feira, 3 de julho de 2009

AS LÁGRIMAS DO PEIXE

Oxford University, 1972, uma vaia estrondosa balança o prédio.
82 anos antes.
Um biólogo estuda caracteristicas variadas de quase todas as espécies de peixes.
Desfruta de verbas da universidade e por 38 anos de estudos acumula dois gabinetes de anotações, que ocupam jornadas integrais de dois assistentes dedicados.
Morto por um ataque do coração, seu filho também biólogo, depois de dois anos de interrupção retoma os estudos do pai baseado em suas anotações e rigorosas recomendações herdadas do velho professor.
Mais 41 anos de estudos exaustivos, mais 2 gabinetes de anotações e 5 assistentes dedicados e ele finalmente se debruça sobre todas as anotações para a redação do resultado final.
Um ano de trabalho para fazer a redação.
Chega a frente da bancada, 15 minutos de aplausos após serem anunciados seu nome e de seu pai.
Ele entrega o relatório ao presidente da bancada.
Uma página.
3 palavras.
O homem lê incrédulo.
Sente-se mal, devolve a folha e pede que o autor a leia para todos. Retira-se da sala no entanto.
O professor lê: Peixes não choram.

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