Magoado, com a alma muito ferida ele não via mais como prosseguir.
Andando errante na madrugada deu com uma porta entre aberta num edifício baixo, mas alto o suficiente.
Embriagado por um emaranhado de ideias foi entrando e subindo.
Esbarrava em pessoas mas não dava conta.
No último lance de escada viu uma porta bem a frente, colocou a mão na maçaneta, não de bola, tipo de alavanca que se abaixa e forçou. Abriu entrou, deu de cara com uma janela, atravessou o comodo e sentou no parapeito, lá em baixo entulhos incompreensíveis. Miserável fim, mas não faria diferença alguma ao lá chegar, tanto melhor.
Uma brisa da madruga fria e a necessidade de gritar um ultimo desabafo.
- Adeus mundo que nunca me compr....
- Cala a boca otário, cê tá atrapalhando.
Disse a garota toda nua deitada sobre uma cara também nu, enorme, aparentemente desfalecido. Como a garota, uma loira, lindíssima colocou-se de pé, Olavo não teve como não ficar pasmo olhando para ela. Nisso entra uma cara alto, muito alto, muito magro e com cara de estar cheio de más intenções.
- Pigalli, esse cara invadiu e tá causando.
Entra então uma senhora, que já fora bonita, mas estava em inicio de decadência.
Caminha serena e chega próxima aos ombros de Olavo. Ela fala mansamente e baixinho.
- O quê acontece meu filho. Você ia se jogar?
- Ia!
- Nossa que cousa. Conte para mim, por quê?
- Eu amo desesperadamente uma mulher que me ignora e não me ama, ...eu não suporto mais esse desprezo... não aguento a dor.... não consigo respirar, ... não consigo pensar...
E chora, chora como nunca havia chorado antes.
- E vocês quantas vezes fizeram amor? Você não conseguiu seduzi-la na cama?
- Não senhora, eu nunca toquei nela, nunca dei um beijo sequer nela...
- Pigalli, tire aquele da cama, leve-o... Sabrina, chame Lavinia e Nadia.
Pigalli mostrou ter uma força desproporcional ao transportar para fora o gigante semi-adormecido, e logo as três garotas estavam animadas e completamente nuas sobre a cama.
- Volto mais tarde... como é mesmo seu nome querido?
- Olavo senhora...
- Olavo. Volto mais tarde, fique calmo, fique em companhia delas.
E o que se seguiu foi intraduzivel na vida de Olavo, as garotas despiram-no e fizeram o diabo com ele. Depois de hora e meia, ele já acabado, entra no quarto novamente a tal senhora.
- Então Olavo... ?????
Ela chegou até junto da janela ainda aberta. Ela falava devagar e baixinho, de uma forma muito tocante.
- Venha até aqui querido...
Olavo com as pernas bambas, um pintinho murcho e balangante entre as pernas, com as costas toda arranha e cheia de mordidas, cheio de chupões pelo corpo, sofregamente chegou até ela.
- Vamos lá... você ainda sente vontade de saltar para a morte por uma mulher de quem nem um único beijo conseguiste ter?
- Não senhora...
- Então Olavo, as meninas te mostraram o que é a vida de verdade?
- Sim senhora... e como...
- Você ainda acha que vale a pena morrer por paixão?
- Com todo respeito, nem fudendo senhora...
- Então seu filho de uma puta, ( mudando completamente o tom, com uma agressividade nunca vista ) me volte aqui daqui uma semana com R$ 900 prá pagar a trepada que você acabou de dar, e nunca mais, seu corno de merda, volte aqui prá tentar se matar em pleno expediente de meu respeitável puteiro.
Considerações finais:
1) O cara que Pigalli levou prá fora do quarto, foi esquecido o resto da noite num banheiro gelado e passou 6 dias na UTI com pneumonia dupla.
2) Pigalli era natural de Campo Mourão e se chama Presnézio Pigalli Jr. e seu pai Presnézio Pigalli Neto, podia fazer anos de academia que não criava músculos mas ficava forte.
3) A moça por quem Olavo iria se matar casou-se aos 37 anos com um individuo biscateiro e mau carater e apanhava todas as manhas e todas as noites dele, só não apanhava na hora do almoço porque o individuo levava marmita para o trabalho.
4) Lavinia passou gonorréia para o Olavo.
5) Olavo não consegui pagar os R$ 900 no prazo e tomou um puta cacete de Pigalli.
6) No dia que Olavo veio liquidar a conta, Pigalli achou que ele não vinha com o dinheiro e deu outro cacete nele, só depois percebeu o mal entendido.
7) Pigalli ficou muito triste com o erro cometido.
sábado, 29 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Sujeito azarado esse Olavo, muito engraçado o texto...
ResponderExcluirOlá Francisco
ResponderExcluirÉ sempre muito bom te-lo em meus blogs, obrigado pela frequencia.
Esta história ficou uma semana em minha cabeça e quando a escrevi procurei abrevia-la para ser mais engraçada que trágica.
Olavo vai voltar mais vezes em minhas histórias e terá sempre essas situações de entrar em boas roubas, se dá bem mas paga caro.
Um abração.